Lição 6 – A carta mundial de isocurvas e sua interpretação

A figura abaixo apresenta um mapa-mundi simplificado com uma carta mundial de isocurvas. Esta carta é como uma foto da situação ionosférica na data, hora e número de manchas solares.

A carta mundial de isocurvas

Carta mundial de isocurvas indicando as frequências máximas utilizáveis em MHz obtida em janeiro/1967, às 12:00 UTC e com número de manchas solares = 70. A latitude de 50° N indica aproximadamente a latitude de Amsterdã

As linhas curvas representam as interconexões de pontos que refletem sinais de incidência oblíqua com a mesma frequência. Portanto, todos os pontos da Terra em que existe a frequência mais alta refletida com incidência oblíqua, por exemplo, 20 MHz, estão interconectados. O mesmo acontece para as frequências de 25 MHz, 30 MHz, etc. Deste modo, forma-se um diagrama completo que permite conhecer melhor as propriedades refletoras da ionosfera. Geralmente, as isocurvas são traçadas em intervalos de 2 MHz ou de 5 MHz.

Uma análise da carta mundial de isocurvas mostra que a esta hora do dia, durante o inverno no hemisfério Norte, existe um claro mínimo nas condições sobre a América do Norte Ocidental, onde é noite; e sobre a Sibéria Oriental, onde as condições noturnas são eminentes. No hemisfério Sul, nesta época, os dias são longos, logo não há um mínimo claro e a frequência mínima é muito mais alta que a prevista no hemisfério Norte.

Nota-se um rápido aumento das frequências máximas utilizáveis sobre o Oceano Atlântico Ocidental e a área do Caribe, onde as isocurvas estão mais próximas entre si. O tempo nesta posição ao redor de UTC-4 (8 horas da manhã) no inverno marca o amanhecer das latitudes setentrionais e um dia já claro nas latitudes meridionais. Um mapa dos fusos horários do mundo é útil na análise de transmissão e recepção de ondas curtas.

Observa-se o mesmo efeito, ainda em ordem contrária, no litoral da China, onde há uma diminuição relativamente rápida das frequências máximas utilizáveis. Lá, as 12:00 UTC serão 20:00 e assim nota-se uma rápida diminuição das frequências máximas utilizáveis depois do pôr do Sol.

No hemisfério Norte, nesta época, os dias são muito mais curtos. Isso evidencia que as frequências máximas utilizáveis vão sendo menores a medida que as latitudes são mais altas, pois o sol ocupa posições mais baixas sobre o horizonte. Uma vista no mapa confirma isso, há uma diferença de 10 MHz de FMU – Camada F2 – 4000 entre a Europa Ocidental e a parte mais setentrional da Europa: 30 MHz contra 20 MHz às 12:00 UTC.

O efeito do período diurno também pode ser aproximadamente deduzido da carta de isocurvas. O período diurno na faixa equatorial é sempre mais ou menos igual a 12 horas, assim como o período noturno. Nas latitudes setentrionais, os dias são mais curtos nesta época do ano. A configuração das isocurvas mostram isto. Seja, por exemplo, a isocurva de 20 MHz, que indica uma frequência diurna. Corta a linha de 50 graus do Trópico de Câncer em dois pontos. O período aproximado de luz diurna é de 8 horas porque sobre o Atlântico, próximo a New Foundland, a hora local é de UTC-3 e sobre a Ásia, no norte da Índia, tem-se UTC+5.

Um exame mais detalhado da carta de isocurvas levanta mais perguntas, tais como a explicação de uma região de 35 MHz sobre o hemisfério setentrional, devido a perpendicularidade do Sol sobre o hemisfério meridional. Para esclarecer tais fenômenos necessita-se um enfoque mais científico do assunto, que está além dos objetivos deste curso.

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DXCB

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